O que é  Música Corporal ?

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(portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26872)

A música corporal, também conhecida como percussão corporal, consiste na técnica de produzir sons utilizando apenas corpo humano.

É a arte de batucar sem precisar de nenhum instrumento. Se utilizando de uma mistura de batidas no peito, estalos de dedos, diferentes tipos de palmas, sapateado, sons produzidos pela boca como, beat box, imitação de instrumentos convencionais como guitarras e sopros, em diferentes áreas do corpo, ou com os pés no chão.

Existem muitas técnicas de percussão corporal que estão presentes em diversas manifestações culturais ao redor do Brasil e do mundo. Por exemplo, o Gumboot é dança de origem africana que utiliza percussão nas botas e galochas que eram utilizadas por trabalhadores em minas de ouro. O Stepping, estilo americano, além de passos e palmas, é composto por gritos de guerra. Já o Beat Box é típico da cultura Hip Hop. O hambone é uma técnica inventada pelos escravos americanos do século XIX.

Na cultura brasileira, diferentes tipos de percussão corporal podem ser encontrados nos Trupés de Coco, Catira, nos Torés indígenas, etc.

Quem Faz

Barbatuques

 

Na ativa desde 1994, o grupo brasileiro tem como proposta essencial utilizar o corpo como instrumento. Já se apresentaram  em mais de 15 países e gravaram 4 discos e 2 DVD’s . Fizeram ainda diversas trilhas sonoras para cinema como os filmes Rio 2, O Menino e o Mundo, Trash – A Esperança Vem do Lixo.  Atualmente, estão em tour com o novo espetáculo chamado Ayú.

 

Stomp

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Foto Stomp

Grupo inglês que utiliza percussão de instrumentos não convencionais, como latas, baldes e colheres, aliado a timbres corporais, como batidas dos pés no chão e palmas.

Gumboot Dance brasil

Com origem nas minas de ouro e diamante africanas do século XIX, o Gumboot é um estilo de dança criado por mineradores. Como falavam línguas diferentes, passaram a se comunicar através de batidas nas botas. Essa forma de comunicação evoluiu para a dança que existe até hoje.

O grupo Gumboot Dance Brasil possui  14 bailarinos e 2 músicos. Além da dança percussiva,  usam macacões e capacetes.

Grupo Fritos

O Grupo Fritos estuda música corporal procura desenvolver novas técnicas. Os encontros misturam treinos de rítmica, montagem de melodias e jogos de improvisação.

Fernandinho beat box

Cantor que mistura rap com beatbox, tipo de percussão vocal do hip hop  que reproduz sons de  bateria, cordas e cornetas.

Slammin all body band

Grupo californiano liderado pelo músico Keith terry, que também é curador do International Body Music Festival.

 

Para conhecer um pouco sobre outras formas de música corporal, acesse:

https://fritosbr.wordpress.com/2012/04/20/a-percussao-corporal-como-recurso-musical-2/, extraído do blog de Pedro Consorte, arte educador, que tem em seu currículo atuações profissionais em mais de 15 países.

Entrevistas

Entrevistamos dois especialistas no assunto. André Hosoi é Multi-instrumentista, compositor, produtor, desenhista e designer gráfico; Hosoi está nos Barbatuques desde a criação do grupo. É formado em Música Popular pela UNICAMP e fundador da Auê – Núcleo Musical ao lado de Fernando Barba e Marcos Azambuja.

Ministra aulas de guitarra, violão, bandolim, improvisação, percepção, harmonia, composição e percussão corporal. Trabalha com projetos gráficos e é responsável pela concepção de capas de discos para variados artistas. É de sua autoria a concepção da projeção do espetáculo Corpo do Som.

Entrevista André Hosoi

Já Cadu Souza é educador, professor de matemática, escritor e integrante do grupo de estudos da Orquestra Corporal.

Entrevista Cadu Souza

Música Corporal: arte e pedagogia

O mundo da música corporal é muito maior do que se pode imaginar. Para quem nunca ouviu falar, é uma agradável surpresa perceber que, além de uma forma de expressão artística criativa, que desperta a curiosidade de crianças e adultos, ela pode ser facilmente integrada à educação.

Aproximadamente na 21ª semana de gestação, os bebês já têm a audição desenvolvida. Eles podem ouvir os batimentos cardíacos, circulação sanguínea, diafragma e pulmão, sistema digestório, articulações do esqueleto e os passos da mãe. Sendo assim, não é novidade nenhuma o fato de estarmos familiarizados com vários tipos de sons e ritmos mesmo antes de nascer.  (Curadoria:http://guiadobebe.uol.com.br/musicoterapia-para-gestantes-e-familias-gravidas/ )

É muito comum para as crianças reagir à música. Dançar, mexer o corpo, usar as mãos para produzir sons é um ato natural. Então, por que muitos de nós abandonamos esse hábito e acabamos optando por uma vida mais rígida em sem graça?

E por que não resgatar essa capacidade de movimento e produção de sons durante o processo de amadurecimento ou mesmo depois de adultos?

A música na escola 

Muitas pessoas acreditam que para produzir música é preciso talento. Inclusive, em diversas escolas, a música é tratada como uma atividade secundária, extra, destinada somente àqueles que tem a “capacidade” necessária para isso. Mas isso está mudando.

Desde 2012, a música se tornou disciplina obrigatória nas grades curriculares de todas as escolas públicas e privadas do Brasil.  De acordo com o professor de música e matemática Cadu Souza, essa resolução pode trazer diversos benefícios ao desenvolvimento cognitivo dos alunos, por unir variadas formas de conhecimento. Esse tipo de aprendizado exige do aluno a percepção do espaço e o conhecimento do próprio corpo, mas o mais interessante é que a música, como disciplina, pode se integrar às outras, inclusive à matemática, tornando o aprendizado mais prazeroso e eficaz.

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Falta de consciência corporal, má postura e respiração errada podem ser entraves para o bom aprendizado do aluno, que acaba não conseguindo se concentrar para absorver o que está sendo ensinado em sala. Para os professores, isso pode ser uma das maiores dificuldades na hora de dar aula. Brigar pela atenção de crianças e jovens não é uma missão simples e existem grandes chances desse sofrimento ser amenizado com a dança, música e ritmos fazendo parte da vida de quem educa e aprende.

Ivaldo Bertazzo é bailarino e coreógrafo. Com mais de 35 anos de experiência na área, se dedica a vários projetos sociais. Ele também realiza workshops, que incluem o ensino da consciência corporal para educadores. Em entrevista, Bertazzo fala sobre seu método e dá algumas dicas para professores:  http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/entrevista-ivaldo-bertazzo-426787.shtml

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Mas como fazer para ensinar música em qualquer tipo de escola? Como lidar com limitações de espaço e recursos? Todos nós sabemos que, em muitos lugares, as escolas não conseguem adquirir nem o material didático básico, quanto mais instrumentos musicais. Uma solução viável e criativa é o ensino da música corporal.

Música Corporal 

No Brasil, o Barbatuques (http://barbatuques.com.br/pt/?page_id=2) é referência. Criado há 20 anos, a partir de pesquisas de pesquisas e criações de Fernando Barba, o grupo deu origem a diferentes técnicas de percussão corporal, percussão vocal, sapateado e improvisação musical. Sua experiência, somada às vivências dos outros integrantes do grupo, foram capazes de produzir música de forma inovadora.

O que começou como uma brincadeira, hoje é um trabalho reconhecido mundialmente. O grupo já se apresentou em 27 países e conhece praticamente todas as capitais brasileiras, além de cidades menores. É o único grupo do país que faz música só com o corpo durante um espetáculo inteiro.

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Além do trabalho artístico, do prazer de estar no palco, desenvolver esse tipo de atividade é algo muito mais complexo. A função social que o grupo exerce merece reconhecimento e valorização.

A música corporal é inclusiva e democrática. Em entrevista, André Hosoi, músico, compositor e arte educador, defende a atuação do grupo como forma de educar e desenvolver habilidades nas pessoas, especialmente crianças.

Além dos espetáculos, o Barbatuques também promove oficinas e trabalha com grupos de adultos e crianças em várias partes do Brasil e no exterior. Escolas, empresas, ONGs, espaços culturais já puderam passar pela experiência de “musicalizar-se” através do corpo.

As técnicas ensinadas inicialmente são simples:

Mas dão origem a um universo de movimentos, sons e música capazes de impressionar até mesmo os artistas mais experientes: